quinta-feira, 19 de julho de 2012

Esporte inventado pelos índios, a peteca é hoje praticada em todo o Brasil.

Luiz Roberto Magalhães
Da equipe do Correio

O negócio pode ser resumido assim: concentre-se, abra a mão, bata com força nela e jogue as penas para o alto. Não, não se trata de um incentivo a qualquer tipo de violência contra as aves. Pelo contrário. Na verdade, a orientação é o fundamento que todos os que praticam esse esporte devem seguir. E quando o fazem, estão perpetuando uma prática genuinamente brasileira.
Bem-vindo ao mundo da peteca. Não se sabe ao certo quando a peteca surgiu. Oficialmente, foi reconhecida como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos em 1985. Contudo, historiadores afirmam que os índios já jogavam.

Pelos cálculos da Federação Brasiliense de Peteca, no Distrito Federal há entre 1,8 mil e 2 mil adeptos da modalidade, que já era praticada pelos índios há cinco séculos, na época do descobrimento se divertiam com a pe’teka — nome que em tupi quer dizer bater — desde a época do descobrimento.
Hoje, passados cinco séculos do primeiro contato com a peteca, a prática indígena é motivo de diversão para muita gente. Pelos cálculos de Lázaro Soares, presidente da Confederação Brasileira de Peteca, mais de 100 mil pessoas praticam o esporte em todo o Brasil. Ronei Machado tem 34 anos e é empresário do ramo de informática. Até os 17, era um jogador de basquete ‘‘que jogava razoavelmente bem’’, em sua própria avaliação. Foi quando um câncer mudou a sua vida. A doença obrigou que seu braço direito fosse amputado. Para um garoto acostumado a praticar esportes a vida inteira, aquilo foi um choque. Principalmente porque Ronei era destro. Em 1988, quando Ronei tinha 21 anos, ele finalmente encontrou um esporte que lhe chamou a atenção. ‘‘Até então, eu ainda não tinha encontrado um esporte em que eu pudesse ser realmente competitivo. Acabei achando isso na peteca’’, lembrou. No último final de semana, Ronei sagrou-se, no Iate Clube, vice-campeão brasileiro da categoria 30 a 40 anos. O 12º Campeonato Brasileiro reuniu 220 atletas do Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina Mais que a medalha de prata, Ronei foi eleito o destaque da competição, recebendo o troféu de melhor jogador do torneio. ‘‘O que é mais legal na peteca é que, como qualquer esporte, para se competir bem é necessário treino, bom preparo físico e dedicação (ele treina quatro vezes por semana, em geral de duas a três horas por dia). Mas se a intenção for só se divertir, qualquer pessoa, de qualquer idade, pode jogar’’, ressaltou.

Fonte: http://petecabrasil.vilabol.uol.com.br

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